A alegria de viver é o melhor remédio natural para qualquer
doença. Amarguras, rancores e prazeres contidos criam neuroses, patologias de
toda espécie.
Vivemos sob o império da mídia comercial, ideológica e
religiosa, isso afasta o ser humano da sensibilidade que poderia desenvolver em
torno de seus sentidos, necessidades básicas e comportamentos realmente
inteligentes.
É fácil perceber a tristeza e doenças psicossociais
decorrentes de inibições danosas aos seres humanos. Mais ainda, a dominação de
populações inteiras a vontades de tiranos e demagogos, sempre empurrando em
direção a seus planos pessoais a ansiedade de pessoas insatisfeitas, travadas
por processos educacionais restritivos e fantasmas tradicionais.
Graças às redes sociais e à liberdade de imprensa e de
expressão onde existir temos um cenário positivo a favor de mudanças saudáveis,
se conseguirmos romper com tradições que se fossem boas teriam construído um
mundo infinitamente melhor.
Freud, principalmente, passou a vida descobrindo e
explicando a importância do relacionamento sexual. Vivia em plena cultura
restritiva à sinceridade comportamental, sofreu com isso, mas teve coragem de
escrever e analisar as perversões provocadas por traumas e travas da natureza
humana.
Agora as prateleiras de livrarias e programas de rádio e TV
mostram o oposto, a liberdade atlética do sexo. Dá mídia falar e mostrar
intimidades, criando-se um processo de vulgarização do principal instinto
animal que trazemos desde que nascemos. Sem sexo não existiríamos e com ele
perdemos muito à medida que não soubermos fazer da atração entre seres humanos
algo sublime, inteligente, bem cultivado.
Pregadores religiosos do tempo das pirâmides descobriram que
satanizar o sexo era uma maneira de criar sentimentos de culpa, que bem
explorados rendiam dividendos. Essa estratégia existe até hoje e pode até
crescer em violência, que pena!
Entender e explorar o que nosso corpo e a mente desejam é
uma arte. Não simplesmente um catálogo de posições e taras, mas de carinhos,
poesias, palavras e movimentos que fortalecem o amor, algo inestimável quando
atinge um padrão maduro e fortalece relações familiares e sociais.
Pessoas infelizes são perigosas para elas e para o ambiente
em que vivem, afinal, a tristeza pode se transformar em agressividade, algo que
os generais conhecem bem.
Do passado, contudo, em algumas sociedades mais
desenvolvidas tínhamos o relacionamento cortês, poético e romântico. Parece que
o processo de transformação das relações de sexo está dizimando a educação,
criando situações grosseiras e educando as pessoas para serem simples
consumidoras de energéticos, sedativos, calmantes e processos de entorpecimento
da inteligência, como são as famosas baladas extremamente barulhentas e sem
outro sentido que criar oportunidades de aproximações sem compromisso, pode?
Ganha-se liberdade sexual, perde-se inteligência.
A infelicidade é uma consequência natural de relações
artificiais, frustradas, mal construídas. O encantamento recíproco é fundamental,
e para isso começa com sutilezas que cobramos para admiração e muito amor por
alguém.
Podemos optar pelo presente, pela esfuziante alegria de
alguns momentos, e no futuro?
A saúde e o tempo se encarregam de cobrar uma estrutura de
afeto perene, sustentável.
Para um bom relacionamento devemos saber cativar, manter e
explorar com inteligência as armas instintivas, afinal é o alimento natural da
felicidade.
Vamos pensar em inteligência sexual?
Cascaes
18.3.2013
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